quinta-feira, 21 de julho de 2011

Natal *

O sineiro da aldeia,
Todo alegre e festival
Badala o sino, badala
Anunciando o Natal

Dia tão lindo, tão lindo
Não existe outro igual,
Outro tão cheio de vida,
Como o dia do Natal!

Como eu me sinto tão bem
No Natal do bom Jesus
Que foi pregado na cruz
Por minha causa, também.


*Não tenho certeza se o título é este e não sei quem é o autor. Não sei se as palavras são exatamente estas. Isto é o que consigo recordar. Não consegui encontrar nenhuma informação na internet. Se alguém souber e puder compartilhar, ficarei muito grata.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

DEUS

Casimiro de Abreu

Eu me lembro! eu me lembro! - Era pequeno
E brincava na praia; o mar bramia
E erguendo o dorso altivo, sacudia
A branca escuma para o céu sereno

E eu disse a minha mãe nesse momento:
"Que dura orquestra! Que furor insano!
"Que pode haver maior que o oceano,
"Ou que seja mais forte do que o vento?!"

Minha mãe a sorrir olhou p'r'os céus
E respondeu: - Um Ser que nós não vemos
"É maior do que o mar que nós tememos,
"Mais forte que o tufão! Meu filho, é - Deus!"

Dezembro - 1858

terça-feira, 19 de julho de 2011

Ouvir estrelas

Olavo Bilac

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizes, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".

O Tempo

Olavo Bilac

Sou o tempo que passa, que passa
Sem princípio, sem fim, sem medida
Vou levando a Ventura e a Desgraça,
Vou levando as vaidades da Vida

A correr, de segundo em segundo
Vou formando os minutos que correm...
Formo as horas que passam no mundo,
Formo os anos que nascem e morrem.

Ninguém pode evitar os meus danos...
Vou correndo sereno e constante:
Desse modo, de cem em cem anos,
Formo um século e passo adiante.

Trabalhai, porque a vida é pequena
E não há para o tempo demora!
Não gasteis os minutos sem pena!
Não façais pouco caso das horas!